domingo, 17 de julho de 2011

ONDE VOCÊ QUER CHEGAR?

Seu dia começa com aquele café da manhã de 3 minutos, com um olho no smartphone, saltando os e-mails rapidamente.

Depois segue com aquele trânsito infernal durante o qual você dirige, ouve as notícias e insiste em ler seus e-mails no seu smartphone.

Chegando no escritório começa a leitura mais cuidadosa dos inúmeros e-mails, alguns dos quais você decide responder, outros que decide responder mais tarde, outros que decide não decidir quando irá responder, outros pelos quais passa rapidamente os olhos e deixa para ler algum dia.

Em seguida chega o momento de assistir a primeira das reuniões, depois a outra, seguida da outra...

Subitamente chega a hora do almoço, e você, para compensar o tempo em que permaneceu assistindo a reuniões, decide atualizar sua caixa de entrada de e-mails, comendo um lanche e digitando ao mesmo tempo.

O período da tarde, que na verdade deixou de ser “um período” pois sua vida se tornou um “contínuo”, continua com o mesmo formato: assistir reuniões, ler e-mails (responder alguns), ler relatórios, preparar relatórios... até que chega o momento em que você decide que precisa ir para casa ... porque se sente exausto.

De novo aquele trânsito caótico do final do dia - que agora vai das 17 às 21hs todos os dias, pelo menos aqui em São Paulo.

Chegando em casa você tem a família à sua espera, esposa precisando lhe contar como foi o dia, seus filhos esperando para brincar e para contar as novidades. Mas eles “precisam entender” que você  “precisa” terminar de ler aquele relatório para a reunião de amanhã, ler aqueles e-mails que decidiu ler mais tarde, escrever aquele documento que não deu tempo de escrever por causa daquelas reuniões todas. Quando você se dá conta, todos foram dormir. Você nota que acabou de enviar um e-mail registrado às 23hs.

Mas não dá para dormir com tantas coisas na cabeça. Melhor assistir alguma coisa na TV, saber das últimas notícias, esperar o sono chegar.

Obviamente as noites de sono não são mais de qualidade. Menos horas de sono, menos sono de qualidade... e logo o despertador o lembra de que “tudo vai começar novamente”.

Você se lembra da história do sapo fervendo? Ele é colocado em uma panela com água fria e nada feliz. Você acende a chama do fogão e começa a aquecer a água gradualmente. E o sapo vai se ambientando sem notar, até que lentamente é cozido. Tarde demais para ele.

Você pode estar experimentando o mesmo fenômeno. Enfrentando cada vez mais a demanda, a complexidade e a incerteza, a resposta inicial do ser humano é dedicar-se mais e mais, implacavelmente, sem levar em conta os danos que estão incorrendo.

Fisiologicamente você está inundando seu corpo com os hormônios do estresse: adrenalina e cortisol. É uma resposta automática que fornece uma fonte imediata de energia.

Quando este processo faz circular estes hormônios em nosso corpo por muito tempo, mantendo a nossa excitação elevada, eles tornam-se tóxicos - não apenas fisicamente, mas também emocionalmente e mentalmente.

O problema mais imediato é que o nosso cérebro começa a entrar em colapso. Nós nos tornamos reativos, em vez de reflexivos. Perdemos precisamente o que mais precisamos nestes tempos difíceis: a capacidade de pensar analiticamente, de imaginar e de criar.

Não é bom para nós, e não é bom para as empresas.

O antídoto é aprender a relaxar o corpo. Só então é possível acalmar as emoções. A mente calma faz escolhas mais sábias. A mente fica mais aguçada quando o corpo está relaxado.

Durma bem. Alimente-se corretamente. Faça pequenas pausas a cada 90 minutos durante o dia. Respire profundamente por um minuto. Levante-se, ande um pouco, saia de dentro do escritório.

Cada coisa na sua devida hora: dirigir na hora de dirigir; cuidar dos e-mails no horário de trabalho, no escritório; ir para casa na hora de ir para casa (que deveria ser 17-18hs), para dar atenção à família nas poucas horas que a elas acabamos destinando.

Afinal, onde você quer chegar?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.