Durante anos os psicólogos têm debatido se o comportamento humano é algo com que nascemos ou se o adquirimos. Existem quatro fatores determinantes do nosso comportamento, de influência desigual e na maior parte inconscientes. Estes quatro determinantes são: Natureza (instinto, herança genética), período de formação (educação), o ambiente social (ambiente) e a criatividade. Cada um tem um papel importante a desempenhar na evolução da espécie humana. Esta combinação de fatores fornece um quadro que explica em que medida um esforço de mudança pode ou não ser bem sucedido.
NATUREZA ou INSTINTO ou HERANÇA GENÉTICA
O primeiro determinante do nosso comportamento é o "instinto" ou "natureza" ou “herança genética” que nos predispõe a nos comportarmos de maneira particular. Natureza ou Instinto ou Herança Genética pode ser demonstrado pelas práticas de construção de ninhos de aves e teias de aranhas. Este não é um comportamento que elas precisam aprender. É instinto puro. Eles não têm escolha. Cada espécie de ave tem apenas um projeto de ninho, cada espécie de aranha um projeto único de teia.
A personalidade humana tem cerca de 50% geneticamente determinada (Plomin & Daniels, 1987). E a nossa herança genética é uma loteria. Metade dos nossos genes vêm de nosso pai e metade da nossa mãe. No entanto, metade de cada deles é uma loteria e as conseqüências de sua combinação também é uma outra loteria.
Ao contrário dos pássaros, aranhas e outros animais, o comportamento dos seres humanos evolui além da sua Natureza ou Instinto ou Herança Genética. Os seres humanos têm escolha sobre alguns comportamentos, embora em relação à escolha existam muitas discussões. Em algumas áreas do comportamento humano, tais como reprodução, a influência da Natureza ou Instinto é muito alta. Em outras áreas do comportamento humano, como na atividade profissional, a influência da Natureza ou Instinto pode ser menor. Imediatamente abaixo da superfície visível da atividade humana no entanto, a influência da Natureza ou Instinto é muito forte. Dominância por exemplo, é uma inclinação natural ou instintiva dos homens, independentemente do contexto social ou econômico.
Comportamentos Instintivos ou Naturais são muito fortemente enraizados, geralmente inconscientes, e altamente resistentes às influências da vida, especialmente depois de anos de reforço pela prática ou hábito.
PERÍODO DE FORMAÇÃO
O segundo dos fatores determinantes do nosso comportamento é aprendido em nossos primeiros anos de formação, de nossas experiências com os irmãos, com os pais ou responsáveis. Uma criança chega ao mundo precisando sobreviver. Ela rapidamente percebe que os recursos para a sua sobrevivência vêm dos pais e a criança logo descobre, por tentativa e erro, que estratégias irá utilizar para maximizar a obtenção destes recursos. Além disso, a criança precisa estabelecer para si uma forma pela ela se diferenciará de outras também competindo por recursos. A maior concorrência por recursos na vida de uma criança são seus pais e seus irmãos. Crescer em uma mesma família não produz filhos semelhantes. As diferenças entre as crianças de uma mesma família são tão grandes quanto entre os filhos escolhidos de forma aleatória. As estratégias adotadas com o objetivo de obter a sobrevivência e a diferenciação podem ser a origem das motivações.
Crenças e ideologias duradouras muitas vezes são estabelecidas nesses anos de formação. Uma das principais igrejas cristãs tem a fama de dizer: "Dá-nos o seu filho para os primeiros sete anos, e ele será nosso para a sempre."
Comportamentos embutidos em nossos anos de formação são geralmente inconscientes e também são altamente resistentes às influências mais recentes.
O AMBIENTE SOCIAL
O terceiro dos quatro determinantes do nosso comportamento é o ambiente social em que cada um de nós se encontra. As pessoas parecem captar rapidamente maneirismos sociais, tais como sotaques e gestos quando mudam entre países ou culturas. Sotaques são um exemplo muito óbvio. Nós os adquirimos inconscientemente, como forma de fazer parte daquela sociedade. A necessidade de aceitação, de pertencer, de não ser muito diferente é instintiva, natural dentro de nós, influenciando fortemente os comportamentos.
Da mesma forma a nossa comunicação oral é sustentada por nossa necessidade instintiva para a comunicação entre os membros de nossa espécie. Nossa introversão ou extroversão, juntamente com a língua que falamos é inflenciada pelos nossos anos de formação.
Comportamentos baseados naqueles adquiridos no ambiente social em que vivemos são bastante maleáveis. Nossa capacidade de adaptação como uma espécie humana atesta isso.
CRIATIVIDADE
O quarto determinante do nosso comportamento é a imaginação, criatividade ou inovação, a capacidade de imaginar e / ou construir algo desconhecido até então. Apesar dos limites da nossa criatividade, o intervalo no qual a nossa criatividade pode ocorrer é limitado pela natureza ou instinto, pelo período de formação e pelo ambiente social, mas nunca saberemos o que esses limites são até testá-los.
Comportamentos com base na criatividade são os mais fáceis de mudar. O conservadorismo da espécie humana (ancorada em instinto, período de formação, e na sociedade contemporânea) atesta a medida em que a criatividade não é um forte determinante do comportamento.
RESUMO
Sugere-se que o nosso comportamento é influenciado pelos nossos instintos, pelos nossos anos de formação, pelo comportamento daqueles que nos rodeiam como modelo, e por nossa criatividade. Os primeiros têm uma influência muito maior sobre o nosso comportamento do que o último e se tornam mais profundamente arraigados.
A literatura correspondente sugere que até 50% da variabilidade da personalidade é genética, e que até 45% da variabilidade da personalidade é um produto das influências ambientais em nossos anos de formação (Plomin & Daniels, 1987).
Note-se que ambos os fatores determinantes são em grande parte inconscientes.
Em contraste a influência da sociedade em que vivemos mais tarde sobre a personalidade e sobre o comportamento fica entre 5 e 15% (na melhor das hipóteses).
A influência da criatividade ou experiência nova é de fato pequena, talvez menor do que 1%.
A influência da criatividade ou experiência nova é de fato pequena, talvez menor do que 1%.
Nas empresas de alto desempenho, ou "organizações de aprendizagem", o que se faz é tentar minimizar a incompetência inconsciente ocasionada pelos três primeiros fatores determinantes da aprendizagem, para permitir que as pessoas façam uma escolha consciente a respeito de quais aspectos elas querem manter e quais elas querem abandonar, e, em particular, para maximizar a ocorrência de criatividade e inovação.
Em contraste, as empresas de baixo desempenho são mais propensas a ser moldada por hábitos inconscientes e, portanto, fora da capacidade de gestão.
As perguntas que surgem então são:
Quais são os meus comportamentos que atrapalham o meu sucesso?
Em que níveis eles foram originados? (primeiro, segundo ou terceiro?) Quais são os comportamentos específicos que contribuem para o meu sucesso?
O Que deste pacote total de comportamentos eu quero manter?
O Que eu gostaria de mudar?
Este é um exercício muito mais difícil que você possa imaginar - em grande parte porque os comportamentos inúteis são, quase certamente, inconscientes.
O feedback objetivo e honesto efetuado a partir das observações dos outros pode ajudar significativamente na identificação dos comportamentos, principalmente os de natureza inconsciente.
A mudança deles não é tarefa fácil, mas a conscientização a respeito do que eu estou fazendo e que não quero mais fazer é o pré-requisito essencial.
A mudança deles não é tarefa fácil, mas a conscientização a respeito do que eu estou fazendo e que não quero mais fazer é o pré-requisito essencial.

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