QUEM VOCÊ PENSA QUE É?

Como fazer para que alguém represente o papel de “serial killer” numa peça de teatro?

Recrutamos na penitenciária de segurança máxima? Seria o máximo da realidade... mas... talvez fosse difícil encontrar quem contracenasse com ele...

Contratamos um ator que tenha no seu curriculum alguns anos de prisão como criminoso para mostrar “experiência” anterior? Assim ele representaria este papel facilmente..

Contratarmos um ator que nunca matou antes... mas ... ele não correrá o risco de se tornar um “serial killer” depois de representar este personagem por algum tempo?

Normalmente o ator – ou a atriz - estuda o comportamento esperado para o personagem e age como se fosse ele.

Fica bem evidente a existência de mais de um “eu”. O ator e o personagem.

“Não fique com ciúmes querida... naquela cena de amor não era eu quem beijava aquela linda mulher, era o meu personagem. Logo, eu não traí você”.

Quanto “do ator” fica impregnado “no personagem”?

Quanto “do personagem” fica impregnado “no ator”?

E nas empresas? O ocupante de um cargo em uma empresa também tem um papel a representar.

“Lá fora somos bons amigos, mas aqui na empresa sou muito duro com ele”.

Daria para usar a mesma resposta do ator? “Querida, não fique com ciúmes ... quem saiu com a secretária não fui eu, foi o Diretor Financeiro da empresa. Logo, eu não trai você”.

Dá para separar estes dois “eus”? Eu como pessoa e a minha “vida la fora” e eu como executivo da área X e minha “vida lá dentro”?

Um personagem, no teatro, é vivido por uma temporada, talvez um pouco mais se a peça for um sucesso de bilheteria.

Na vida empresarial o Diretor da Área X provavelmente foi anteriormente Gerente da Área X, ou passou por algumas empresas onde atuou como Gerente ou Diretor da mesma Área X.

O papel exercido na vida empresarial costuma ser muito mais duradouro do que no teatro. Às vezes dura décadas. Todos os dias, o mesmo papel...

Quanto “da pessoa” fica impregnado “no executivo”?

Quanto “do executivo” fica impregnado “na pessoa”?

Ele não correrá o risco de se tornar um “executivo da área x” na vida pessoal, com a família?

Acho que você já ouviu, pelo menos uma vez, alguém dizer: “hoje nem eu estou me agüentando”...

Até sozinho existe mais de um “eu”...

Abraços