De fato são estas forças que indicam os talentos especiais das pessoas, e são estes talentos que as diferenciam e as colocam em evidência no mundo profissional.
Entretanto, dentro de cada papel desempenhado no mundo profissional existe um ser humano que o desempenha.
E este ser humano carrega na vida a missão de se tornar cada dia melhor.
Mas, o que foi ensinado ao ser humano para que ele se torne cada dia melhor?
Dado o incrível estado de desorientação em que o ser humano se encontra, a resposta acaba sendo um tanto óbvia: não lhe foi ensinado como ser melhor.
No mundo empresarial, examinando cada cargo de liderança existente, convivem dentro dele um ser humano que desempenha o cargo e o personagem que ele deve representar para seguir o papel designado para aquele cargo na organização.
É óbvio que as forças de uma pessoa o direcionam para uma determinada carreira profissional, na qual os seus talentos o diferenciam.
Mas há uma estatística cruel: 87% das pessoas que perdem seus empregos, perdem por causa de suas deficiências comportamentais, e não por causa de suas habilidades profissionais.
Então o ocupante do cargo seria o maior inimigo do personagem que ele precisa representar?
Parece que a resposta só poderia ser SIM.
As habilidades profissionais são a estrada que se abre à frente, mas as deficiências comportamentais são as pedras no caminho, nas quais ele invariavelmente tropeça.
O ser humano vem sendo preparado para acumular inúmeras habilidades profissionais. As empresas investem significativamente em treinamentos para que ele aprenda outro(s) idioma(s), para que saiba tirar proveito das modernas tecnologias da informação, para elaborar um business plan, para analisar os resultados, para avaliar as oportunidades de mercado, e muitas outras habilidades profissionais.
Mas o que vem sendo feito para ele melhorar como ser humano, eliminando suas deficiências comportamentais?
Conforme demonstram os estudos no campo da psicologia, cerca de 90% dos nossos comportamentos são inconscientes. Nascemos com cerca de 50% deles definidos por herança genética e os outros 40% adquirimos nos primeiros 8-10 anos de aprendizagem.
A partir de então nós os repetimos automaticamente durante a vida. Tornam-se comportamentos inconscientes, ou seja, nós não temos consciência que os praticamos.
Estes dados nos revelam, no campo organizacional, um quadro no qual os líderes de todos os níveis demonstram carregar uma auto-percepção equivocada em relação ao impacto que provocam nos seus liderados e nas pessoas ao seu redor.
Quando lhes é apresentado um relatório contendo o real impacto que eles provocam nas outras pessoas - descrito pelas outras pessoas – observamos que bem menos de 20% têm sua percepção alinhada com a realidade.
Entretanto são as outras pessoas que recebem os impactos dos seus comportamentos, e estas pessoas percebem nitidamente estes comportamentos.
É aí que reside a oportunidade de identificar o que pode ser feito fazer para o aperfeiçoamento do ser humano.
Se aceitarmos os feedbacks dados pelos outros a respeito dos nossos comportamentos, e se prestarmos atenção a tudo o que fazemos e pensamos, estaremos colocando nossa consciência em funcionamento, de modo que ela possa vigiar e intervir a nosso favor.
Desta forma estaremos evoluindo de maneira consciente, substituindo progressivamente o comportamento inconsciente pelo consciente, substituindo o comportamento automático pelo pensado e refletido, substituindo o ego pela individualidade.
Se não nos conhecermos como pessoas, e desta forma não nos aperfeiçoarmos, como poderemos carregar para o ambiente corporativo os comportamentos adequados à obtenção dos impactos requeridos?
É difícil imaginar que alguém possa ser bem sucedido profissionalmente sem passar pelo aperfeiçoamento pessoal. Afinal é uma pessoa, um ser humano, que desempenhará um papel na organização.
Um forte abraço
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