domingo, 20 de maio de 2012

POR QUE ENVOLVER OS STAKEHOLDERS?

O processo de executive coaching que adoto (e que prefiro chamar de executive counseling) tem como essência, e como diferencial, o envolvimento dos stakeholders do executivo.

Eu inicio o trabalho pela identificação dos seus stakeholders, num universo de 360º, que pode envolver em alguns casos até mesmo pessoas de sua família.
Em seguida entrevisto cada um destes stakeholders e utilizo os resultados desta pesquisa para obter um quadro seguro e preciso daquilo que comporá o conteúdo do trabalho.

Algumas pessoas me indagaram sobre o motivo de envolver os stakeholders. “Sendo eu um consultor experiente nos assuntos comportamentais, para que ouvir os stakeholders?”. “Ao entrevistar os stakeholders eu não deixo o executivo exposto?”.
Eu também questionava isso, até receber a fantástica orientação do experiente Jim Moore, sócio e coach de Marshal Goldsmith, um dos 5 maiores influenciadores de líderes empresariais nos Estados Unidos.

Este envolvimento faz com que o executivo passe a ter a exata consciência de quais são as  qualidades que seus stakeholders valorizam nele, ao mesmo tempo em que ficam evidentes os comportamentos que o executivo adota (na maioria das vezes inconscientemente) e que incomodam e perturbam o seu entorno.
Certa vez Jim me enviou a seguinte frase: “É mais fácil uma pessoa mudar um comportamento do que aceitar que tem este comportamento”.
A partir do momento em que os stakeholders são entrevistados, e que o relatório destas entrevistas mostra ao executivo o que ele precisa mudar, como ele poderá fugir desta situação? Como não aceitar que tem este comportamento? Mudar deixa de ser uma opção!
Não adianta dizer “eu não me comporto assim”, “eu já fui assim, mas não sou mais há muito tempo”, “eles se incomodam porque eu sou sincero e digo o que penso”, “foi agindo assim que cheguei até aqui”. 
Na verdade nada disso interessa. O que vale é o impacto que nós provocamos nos outros. E só os outros conseguem dizer o impacto que nós provocamos neles. E se o impacto está sendo inadequado, se está incomodando, perturbando, então a hora de mudar é agora.
“O que o trouxe até aqui pode não levá-lo mais adiante”, é o título de um livro do Marshal.
É também a essência do processo de evolução. O que pode ter funcionado até ontem não garante que continuará funcionando a partir de amanhã. É preciso evoluir permanentemente.
Por este motivo prefiro chamar de counseling e não de coaching este processo de trabalho, porque ele é um compartilhamento de visões e de experiências que invariavelmente leva à evolução consciente.
“Nenhum executivo será bem sucedido de modo sustentável se não evoluir também como ser humano”.
Um forte abraço