Uma recente pesquisa feita em São Paulo revela que uma pessoa perde em média 17 dias do ano no trânsito.
Reuniões de negócios são precedidas de um ritual estressante que acaba minando forças antes da reunião: com que antecedência precisarei sair de casa? E se mesmo assim eu chegar atrasado? E se eu chegar muito mais cedo?
Brotam sugestões para enfrentar esta maldição: pedágio urbano, extensão do horário de rodízio, proibição de trafegar em determinadas áreas, construção de mais linhas de metrô, transporte solidário, uso de bicicletas.
Na verdade tudo isso é “enxugar gelo”, “andar em círculo”. Que tal mudar o foco?
“O que eu faço na empresa e que eu poderia fazer em casa?”
Ao invés de imaginar soluções para o deslocamento das pessoas, por que não questionar a necessidade do deslocamento?
Só para ilustrar: pessoas de diferentes lugares, algumas representando o cliente e outras representando o fornecedor, se deslocam pela cidade e vão para um mesmo lugar - o escritório do cliente - onde se juntam ao redor de uma mesa, discutem por uma hora uma situação que a empresa cliente está vivendo e ao final pedem para que o fornecedor pense em alternativas de trabalho e envie uma proposta.
Com tanta tecnologia disponível, será que só seria possível obter os resultados desejados se as pessoas estiverem presentes em um mesmo lugar, ao redor de uma mesma mesa? Esta reunião não poderia ser virtual? E até grátis com o uso do Skype... Quantos custos eliminados!
Quantas pessoas se deslocam todos os dias de suas casas rumo aos grandes – e caríssimos -escritórios corporativos que povoam São Paulo, e ao final do dia repetem a maratona no sentido inverso? Será que todas estas pessoas, todos os dias da semana, precisariam mesmo ir até o escritório?Será que algumas destas pessoas, alguns dias da semana, não poderiam trabalhar de suas casas?
Um executivo me disse recentemente: “Trabalhar em casa traz riscos trabalhistas”. E me explicou estes riscos. Mas não seria muito mais barato e definitivo nos mobilizarmos para forçar a revisão desta legislação trabalhista antiquada e mofada do que investir bilhões em obras e conviver com todos os transtornos durante a execução, até que ao final fiquem prontas e já se mostrem insuficientes?
O que você, líder, executivo, poderia fazer em sua empresa para mudar o paradigma do “deslocamento para o escritório?”.
Um forte abraço